quinta-feira, 6 de maio de 2010
Futebol, seriedade ou armação? (2)
Primeiramente gostaria de me desculpar por usar o título da postagem de meu companheiro, mas sinto-me desprovido de alguma criatividade para pensar em algo melhor no momento. Bom, como a maioria dos que me conhecem sabem, sou corintiano e posso afirmar que sempre fui apaixonado pelo meu time. Muitos já fizeram um julgamento incorreto a respeito disso, diziam que era influência de pai, alguns afirmaram que isso fora gerado pela exposição da mídia, e por fim, outros disseram que isso não passava de uma frescura, uma maneira de chamar a atenção. Pois bem, tenho um pai bugrino, que por sinal tem simpatia pelo Corinthians, mas que tem o bugre de Campinas como o time de coração, na família até o surgimento de alguns bisnetos, me encontrava como o único corintiano; obviamente a mídia influencia em algum aspecto, mas pelo menos comigo não foi só a televisão, com 8 anos já acompanhava os jogos do time no rádio e com 10 anos lembro que chorei ouvindo o jogo entre Corinthians e Portuguesa na semifinal do campeonato paulista de 1998, onde o Corinthians jogava pelo empate, e encontrava-se em desvantagem, após polêmica decisão do árbitro Javier Castrilli, o timão empatou e seguiu para as finais (decisão no mínimo duvidosa); para aqueles que achavam tratar-se de uma frescura, escrevo com a mais sincera das intenções... Não, nunca usei o fato de ser torcedor como filosofia de vida, nem usei minha torcida como uma espécie de “modinha”, hábito extremamente comum no amadurecimento dos jovens e para pessoas sem personalidade (nunca me rotulei). Reitero o meu não, pois encontro-me escrevendo após a eliminação do meu time na Copa Libertadores da América, e afirmo com a maior sinceridade que estou abatido e com parte do corpo dormente. O fato de estar usando a postagem anterior como idéia central pra elaboração deste texto, é da excelente idéia exposta sobre as reais situações pelas quais são decididas partidas, se o verdadeiro espírito do futebol encontra-se acima de todas as outras “particularidades” encontradas no esporte, fato já explicitado. Posso dizer que algumas vezes beirei o fanatismo, chegando algumas vezes a discussões, mas sempre me policiei para que nunca deixasse de lado meus objetivos e as coisas que amo. Hoje após a eliminação e domingo após ler a postagem do Raphael, acoplado ao sentimento de tristeza, me veio à cabeça algo que sempre me falavam e eu mesmo tinha conhecimento, mas talvez nunca tivesse parado e refletido com atenção. Será que vale a pena mesmo se exaltar, ficar triste, fechar a cara aos seus familiares por causa de futebol? Será que todos os jogadores, técnicos, patrocinadores, emissoras, empresários e clubes pensam no torcedor? O que no mínimo deveria ser prioridade, pois sem ele muitos dos citados acima não teriam trabalho. Será que é justo você estudar a vida toda para ter um futuro melhor, e direta, ou indiretamente melhorar a qualidade de vida dos outros sendo que seu salário não será 1/15 do que alguns jogadores ganham e que no mínimo deveriam ser bons exemplos para a sociedade tendo em vista que a maioria passa muito longe disso? Adoro o futebol como um todo, não só assistir, mas jogar também, em uma determinada fase da vida pensei em ter isso como profissão, abri mão quando tive a chance por um motivo que não quero comentar, mas depois com o amadurecimento, decidi que a minha vinda à terra poderia ser aproveitada de uma maneira melhor e atualmente estou tentando caminhar para isso. Enfim, para finalizar, gostaria de deixar claro que isso não foi apenas um desabafo, pois pelo menos para mim, a maioria das coisas que nos cercam traz algum aprendizado e posso afirmar que não mais darei extrema importância a coisas que não agregarão em nada os meus objetivos, darei a importância necessária à coisas menos importantes. Mas fominha do jeito que eu sou, a pelada pelo menos nunca vai faltar!
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Li os dois posts, mas vou fazer o comentario em um só. O que eu acho:
ResponderExcluir1) Santo André. Os jornais talvez ganhariam mais com a derrota do Santos. O mais importante eh vender jornais e a noticia, nao importando quem seja o vencedor, e sim, se há dramaticidade ou mesmo, inventando que houve drama nos jogos. (os jogos foram emocionantes na final do paulistinha)
2)A final do paulistinha demonstrou como há uma leve tendencia da arbitragem para os times grandes. Não que seja comprado os jogos e o juiz, mas a pressao dos times grande frente a federação eh maior e qualquer interferencia do resultado do jogo a favor do time pequeno pela intervençao do juiz (no lance legal mesmo) o juiz pode sofrer com o prosseguimento da carreira.
3)Torcedor = consumidor. Hoje simplesmente eh essa a equação. E infelizmente, se o clube não entender essa lógica, é perigoso ficar para trás, pois futebol hoje é dinheiro, e dinheiro eh necessário para formar um time com bons jogadores e oferecer-lhes uma boa estrutura para realização do seu trabalho.
4)Jogador de futebol também é profissão. Pouquissimos ganhos salarios milionários. Portanto, eh melhor não generalizar a classe quando apenas se fala de Ronaldo, Kaká, pois existe os Tiões e Zé Kalangas do Itaquaquecetuba.
Os jogadores que recebem salarios altos sao reflexos de uma atividade economica que gira milhoes para o seu funcionamento. É a mesma lógica do administrador de empresa - gera lucro, ganha mais. O problema não está somente neles, e sim na sociedade que legitima essa prática, mesmo com muita gente falando que isso é inadmissivel, pois essas mesmas pessoas possivelmente fariam a mesma coisa que os jogadores fazem se tivessem dinheiro deles e não se importariam de serem os exemplos.
5) Continuação do primeiro argumento. Por serem figuras públicas, os jogadores de times grandes sofrem com manipulações e invenções da imprensa sobre sua vida particular. Não querendo defender alguns jogadores que são pessimos profissionais e mal-carater, mas muitas noticias veiculadas ao seu mal-comportamento são distorcidas ou ate inventadas apenas para vender jornal e aumentar os valores com as cotas de publicidade.
Se quiserem, eu resumo essas ideias e faço outro post, pois são assuntos polemicos e que sao mal discutidos, por ficarem preso apenas na lógica do futebol, esquecendo que ha interesses economicos e sociais, e quando esses interesses são levados em conta por algumas analises, acabam fazendo correlações de fatos que nao fazem nenhum sentido.