Retrospectiva parte 1
Como não poderia deixar de ser, o fato mais marcante de 2009 foi a posse do presidente Barack Obama à presidência dos Estados Unidos. Um presidente negro no cargo de maior responsabilidade mundial é um marco na história, representando por hora, mesmo que apenas simbolicamente, a quebra do preconceito racial, simbolicamente, pois no meu ponto de vista, o preconceito é um câncer que está longe de ser radicado. Suas propostas de governo foram embasadas em mudança, bom, agora é esperar pra vê-las. Uma iniciativa positiva foi a liberação de verba pública para pesquisa com células-tronco embrionárias, como ele mesmo deixou claro, a ciência e os valores morais não se opõe para melhorar a qualidade de vida.
No campo ambiental foi totalmente omisso, Copenhague foi uma lástima, nada foi determinado, tudo ficou exatamente como estava antes da conferência e o assunto foi adiado para outra oportunidade. A postura de algumas potências era previsível, um país em desenvolvimento, sem metas para redução de CO2, faturar com a venda de créditos de carbono para países já desenvolvidos, seria extremamente desvantajoso para os mesmos, mas de qualquer forma a postura de Obama foi totalmente negligente. Apesar de os resultados exibidos pela Universidade de East Anglia (principal fornecedora de informações sobre o clima à ONU) forem supostamente forjados, fato que procede, pois não existem indícios de que os gases do efeito estufa sejam os principais responsáveis pelo aumento da temperatura e sim que isso esteja ligado a uma maior incidência de radiação solar à terra, devido ao processo natural de inclinação de seu eixo de rotação, ou seja, todo sistema solar está passando por transformações, ao contrário do que se pensa, pesquisas mostram que o nosso planeta está perdendo calor e que caminha a uma nova era glacial (AÍ SIM FOMOS SURPREENDIDOS NOVAMENTE). O interessante da conferência do clima seria a melhor maneira de usufruir dos bens naturais e que isso levasse a uma melhor preservação da biosfera, evitando assim um crescimento não sustentável. Pois como todos sabem, somos totalmente dependentes do meio ambiente e não existem meios alternativos de consumo independentes das condições ambientais, como as plantações de dinheiro e os rios de petróleo né?
Outro fato a ser comentado foi a morte de Michael Jackson, morte que pegou todos de surpresa pela maneira ocorrida. A causa da morte foi uma parada cardíaca, que segundo laudo médico, foi conseqüência das altas dosagens de anestésico administradas pelo seu médico Conrad Murray e o mesmo vai responder por homicídio involuntário, pois não infringiu nenhuma lei na administração de tais medicamentos. Não tentando encontrar bode expiatório pra situação, mas, Murray tinha conhecimento dos possíveis efeitos de dosagens elevadas e sistêmicas da droga no seu paciente como qualquer profissional da saúde e tem de responder por isso, independente das situações que encontrou para tal, pois como foi colocado para todos, Michael era uma pessoa inquieta e sentia muitas dores, aparentemente nas costas.
De qualquer forma, foi uma perda para o meio musical mundial, pois mesmo aqueles que não eram fãs do cantor, compositor, produtor, bailarino etc. têm de admitir que foi um profissional talentoso.
Aeeeeee, pra finalizar essa primeira parte da retrospectiva, o último assunto a ser comentado é sobre o nosso queridíssimo ex-presidente e atual presidente do senado José Sarney (PMDB-AP). Falar sobre os atos secretos (tão secretos estes que não são de conhecimento do senador), sobre sua grande generosidade, por empregar todos os amigos (Fernando Collor que o diga) e familiares até aqueles de 78º grau, demonstrando todo amor de seu imenso coração. Falar também das acusações sobre o dinheiro que as fundações Sarney receberam de paraísos fiscais, bem como as suspeitas de desvio de recursos da Petrobrás e de dinheiro do governo do Maranhão. Bem caros leitores, estamos indagando sobre um senhor feudal do século XXI, e quando nos questionamos sobre uma possível punição a este cidadão, temos que ter em mente a idéia de que pessoas assim estão acima da lei (já que são os próprios que as aprovam) e uma sanção para as suas atitudes só acontecerá um dia, caso aqueles que são beneficiados por estas ou que estão acima de nosso querido senador, forem prejudicados de alguma forma, em outras palavras, tudo vai continuar exatamente como está.
Em breve retrospectiva parte 2...
Em relação ao Barack Obama, o seu governo deixa muito a desejar em muitas áreas, ora por incapacidade de tomar uma decisão por medo de constranger algum setor da política e sociedade americana, ora pela própria estrutura do Executivo dos EUA. A atuação de Obama na Conferência de Copenhague foi limitada pois ele não tinha muito a oferecer nas negociações com os outros países, já que seu plano para o meio ambiente está em discussão no Senado americano e qualquer assinatura de um tratado internacional pelos EUA mudaria o projeto e demoraria a aprovação do projeto no Congresso americano, em que já está sendo uma batalha. Além disso, não diria que a Conferência de Copenhague tenha sido um completo fracasso, como a maioria das pessoas pensam. A expectativa criada por uma intensa propaganda que essa reunião seria a última para salvar o planeta era de que um acordo com vinculação jurídica, ou seja, com força de lei, seria assinado. Um acordo desses é dificil de ser conseguido entre estados soberanos com interesses divergentes. A elaboração de uma carta de intenções já pode ser considerada por uma "vitória", ainda mais que foi elaborada após o prazo estipulado à realização da conferencia. E ainda mais: o conteúdo dessa carta é um conjunto de diretrizes e regras, mas sem força de lei, já está sendo implementadas e discutidas em alguns países, como nos EUA de Barack Obama.
ResponderExcluirMas é importante salientar os interesses da Conferência Climática de Copenhague. Ela foi apenas uma discussão de como será organizado e qual a fonte primária que vai sustentar a produção mundial. Ela teve mais um caráter economico do que propriamente ambiental, sendo que a hipótese de que o aquecimento global é causado pelo CO2 está sendo questionado crescentemente. E lembre-se: a empresa/país que criar um sistema de energia com menor emissão de carbono e que seja tão eficiente como a queima de combustíveis fósseis, vai ganhar rios de dinheiro.
Em relação a uma análise mais política da Conferência, podemos falar em uma derrota de Barack Obama, já que todas as propostas dos EUA foram criticadas por outros países, especialmente pelos emergentes, mostra uma possível decadência de uma hegemonia americana no mundo. Talvez, no campo político, reside o fracasso de Obama: de não conseguir levar os outros países a órbita das propostas americanas sem muitas contestações, como eram as conferências anteriormente, ou mesmo implantar unilateralmente as medidas.
Lembrando que os EUA não aderiram ao protocolo de Kyoto, o qual foi um fracasso há 5 anos, a atitude de Obama no meu ponto de vista foi omissa. Independente de o seu projeto estar em discussão no Senado, ele e sua acessoria prometeram uma postura mais sólida a respeito da questão ambiental, o que não aconteceu, a posição mais tímida possível seria diferente de uma omissão ou como aconteceu na conferência, um discurso pouco construtivo para o tema. Que “cartas de intenção”, como já mencionado no comentário, não têm nenhum valor legal, que podem tanto ser esquecidas, quanto colocadas em prática segundo o próprio secretário-executivo da conferência. De positivo só vejo o reconhecimento dos EUA sobre as nocivas mudanças climáticas, da sua parcela de responsabilidade sobre as mesmas e as metas de redução de emissões que estão em discussão no congresso. Lembrando também que já existem outras fontes de energia consideradas “limpas”, como o bioetanol que já teve sua eficiência comprovada usando motores com ciclo de Otto (combustão por centelha), possuindo um melhor rendimento, e na mistura com teor de até 10% etanol, não necessita de ajuste em motores comuns à gasolina, não apresentando problemas de ordem técnica para o funcionamento do automóvel, salientando o grande ganho ambiental. Em recente pesquisa nos EUA, foi misturado à gasolina tendo um rendimento superior a 14%, com menos emissão de gases poluentes. No Brasil, é cogitado para produção de plásticos e como combustível para motos, aviões e usinas termoelétricas. Também acho que a questão não é tão simples assim, não acredito que gigantes como Exxon Mobil ou mesmo a Petrobrás, aceitem de prontidão que o resultado de sua matéria prima, seja misturado com o etanol, ou mesmo substituído.
ResponderExcluirEnfim, não creio que o mais simples dos ganhos na questão ambiental seja considerado uma “vitória”, pois por maior que seja a mudança, ainda é obsoleta, pois não é o meio ambiente que tem que se adaptar a nós e sim o contrário.
Gostei da retrospectiva!!!!
ResponderExcluirO Abra Aspas também fez uma. veja já e se quiser comente: http://abra-aspas.blogspot.com/2010/01/retrospectiva-2009-em-cronologia.html
Em relação a politica interna, o Obama está tentando, pelo menos, colocar o tema meio ambiente na politica nacional, colocando no Departamento de Estado responsável um físico de descendencia asiática para iniciar a implantação de medidas verdes na esfera federal americana. O que já dá indícios que possa estar cumprindo o que prometeu o senhor Obama. No entanto, na COP-15, Obama teve uma postura típica de um presidente americano em conferências e encontros de líderes mundiais: ser omisso e não dar ouvidos aos outros representantes. E isso ocorre desde a das Reuniões em Bretton-Woods em 1944 para a reorganização do padrão monetário internacional no pós-guerra. Essa postura acontece devido a preponderancia dos EUA de colocarem boa parte de suas idéias nos relatórios finais dessas conferencias, deixando uma pequena margem às propostas de outras países para darem uma certa legitimidade ao encontro, ou, em alguns casos, nem isso ocorre, tomando medidas unilaterais para acordos globais, que, por causa de seu poder preponderante na política internacional, se torna efetivas, mesmo com a contrariedade de outros países. Para quem quiser se aprofundar no assunto, leia "O Poder Global e a nova geopolítica das nações" de José Luís Fiori.
ResponderExcluirEm relação ao Protocolo do Kyoto, os EUA chegaram a assinar o acordo no governo Clinton. No entanto, não internalizaram as normas vigentes no acordo para se tornarem efetivas na legislação americana. Ou seja, não teve efeito nenhum essa assinatura.
E além disso, não há uma ameaça real das fontes alternativas ao poderio das empresas petrolíferas, que podem até entrar com investimentos em energia verde e se tornar empresas produtoras de energia. Essa é uma tendência forte na Petrobrás e há declarações de executivos das multinacionais do setor de entrar nesse segmento.
ResponderExcluir1-Físico em questões ambientais...
ResponderExcluir2-Provavelmente se eu ensinar um macaco a escrever ele assina qualquer coisa pra mim...
3-Foi isso que eu quis dizer, enquanto existir petróleo a ameaça nunca existirá...
sem mais...
Físico em questões ambientais = sim
ResponderExcluirmuitos estão envolvidos mais na area de mudança climática e na pesquisa de novas propriedades físico-químicas direcionadas a industria de energia.
Em relação, existe um debate sobre se estamos no pico da produção de petroleo. Em resumo, quando atingir esse pico, a produção do petróleo vai cair, tornando mais escasso e disparando seu preço, além de provocar possíveis conflitos em torno das reservas remanescentes.
1-Há mihares de anos existem físicos na área climática, explique a hipótese gaia para um físico, para maiores informações leia: Ecologia - Eugene P. Odum...
ResponderExcluir2-Atente à palavra "enquanto" do 3º ítem do meu último comentário, em suma, concordo com o seu segundo parágrafo...
3-Isso já ficou extremamente massante...